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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

terça-feira, 8 de março de 2011

ciranda de pedra

sim, eu dormi na meio da minha cama king size.
conquistei o que vim buscar aqui, onde o vento é mais gélido e o alaranjar da tarde é enebriante.
te esqueci, te lembrei... não sei se isso vem ao caso no momento. no entanto, da mesma forma que me desapeguei, me apeguei.

e, definitivamente, isso não é bom.

depois disto, o amanhã é só neblina...
o coração sangrando...
o ar faltando...
é tudo o que eu tenho aqui...
não há nada que eu possa fazer...

e o resultado dessa ciranda de pedra é, tão somente:
eu indo,
você ficando...
eu ficando,
você indo...

não há vencedores,
há tão somente desencontrantes,
neste mundo de encontros.