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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

a busca da busca que me busca para buscar

o que eu busco é a auto-libertação, com asas e cores enxutas.
o que eu busco são os milagres cintilantes e todas as luzes no final dos túneis infames da minha existência.
o que eu busco é a não-sintese da vida: sem vírgulas e pontos; mas, recheados de mesóclises e apetrechos.
o que eu busco é a presteza de ser feliz, a firula maior do sorriso e a marca de batom na gola branca.
o que eu busco é a saudade do futuro e todas as surpresas destinadas aos passos que me propuser a dar.
o que busco é o gosto do caroço do limão, que sempre deixado de lado, amarga sua existência.
o que eu busco é o aroma da vida, do vento, das mentiras jogadas a sua própria sorte.
o que eu busco é a riqueza da pausa do retrato, e a eternização dos momentos bons (e maus).

o que eu busco?
ah! eu não busco é nada!
o que eu busco é a constante busca da busca que me busca pra dançar...
e, em seu gingado envolvente, me leva sempre a...
buscar... sem a mais remota chance de...
achar;

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