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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

sábado, 24 de abril de 2010

água salgada


que água salgada é essa que me embaralha a visão?
enxame de sentimento, debulhar de emoção
esta água salgada é o resultado do momento
das parcelas de segundo que são passíveis de percebimento
elas surgem por ausência, dor, frustração, preocupação, ciscos
surgem por falta de paciência, latência e novos discos
surgem por você não estar em meu espaço
surgem por conta da ardência utópica do meu pensar vago

água salgada... gostaria que surgisse em outro espaço-tempo
em outro entardecer, como se fosse um leve vento
água salgada, surja em outra aurora boreal, em outro carnaval
pois só queria derramá-la por bem, e não por mal.

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