O Grito (skrik) - 1893
Edvard Munch
venha! e me tome, me arrepie, me enlouqueça
tú sabes que me mandas, que me coordenas
tú és navalha cortando-me a carne
delicioso, entorpecente és tú!
chegastes reivindicando espaço, lugar, e tudo aquilo que não se deve nomear
capricho? pode ser...
só sei que minha língua arde para te satisfazer
venha, e me leve para aquele lugar onde o céu é laranja e grenar
naquela doca onde pode-se ver o entardecer de 1893
não venha com lero-lero... venha ligeiro, meu bem maior
sem convenções, vai!
tú bem sabes que minha boca por ti faz "O"
tens platéia! não estas sozinho
tens dois para te ouvir e
um lago para te dissipar...
só não me ensurdeça, ó grito
não me deixe esquecer a razão com teu estridente som
venha e acabe com essa angústia que me enlaça! venha me libertar (...)
sem mais nada a esperar...
minhas mãos irão neste insano devaneio me assegurar.
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