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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

carne-viva


ao compasso do estremecimento e, de toda a latência do que se entende por compressão, que eu sinto o teu gosto mais sublime, o cheiro da sedução, que me embala, me ouriça os pelos e me arrebita a alma.
meu corpo corresponde ao teu ritmo, invoca-se com teus anseios e te devolve, tudo em dobro, triplo, ao quadrado... ah! a aspereza da tua barba por fazer e o enxame de teus exalares me raspam, me lavam, me ralam. em carne-viva fico, em carne-viva sempre estou - pelo menos quando se trata de você.

tua boca na minha é corpo, é alma, é feromônio, é saliva, é tensão, vibração, tesão e luz. muita luz.

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