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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

domingo, 9 de maio de 2010

quero

eu quero o beijo com gosto de frutas secas e um hálito viscoso como a nódoa. quero o grude da cica e a aspereza do abacaxi de tuas maçãs. quero a vida. quero o mar. quero o mais lânguido veneno. quero o espinho do cacto à invadir minha pele, o cheiro do couro da tua pasta, o visco da tua saliva. quero o impacto e o pacto. quero o atrito e a artrite. quero o nada. quero o vazio.

mas antes de tudo - quero você.

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