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"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

sábado, 15 de maio de 2010

não_ra_paz

eu vim em paz. nem com força à bater no teclado estou. estou aqui com a serenidade de um lago e a mansidão do céu azul. tenho buscado o céu azul. desses com pássaros livres e aviões. tenho buscado o céu noturno também, com pirilampos e estrelas escondidas. acho que esta busca se deu principalmente por você e todo este sentimento que estou redundantemente sentindo. não digo que é amor, e nem ousaria a reduzir tudo, tudo isso que sinto,  nesta única palavra. não mesmo! seria tolice.
eu vim em paz, sem dúvidas. vim em paz pois tudo o que eu sinto por você deriva da paz: a expectativa, os sinos na esôfago, o teu duplo e esquivo olhar, tuas longas e finas mãos, tuas piadas, tua inteligência, seu dom de saber das coisas, tua mistereza, tua distância, o teu não-interesse...  não rapaz. calma, eu juro que vim em paz.
não quero te assustar, essa não é minha missão. não agora. mas também não posso ser hipócrita tentando te fazer achar que o meu querer se resume apenas nas tuas palavras arrumadas, em tua inspiração sagaz,  na tua coleção de discos de vinil, tuas programações fantásticas, tuas eleições afetivas, teus livros empoeirados... meu querer é bem mais simples. pelo menos pra mim. o mais interessante é que mesmo com todas as cicatrizes do ontem eu me deixei envolver por sua luminescência. você chegou como um pirilampo a saracotear na imensidão escura que me cercava . tua luz me trazia tanta paz que...vulpt. me encantei por você, meu bem.  
vou te contar um segredo: é missão de paz sim, apesar da nãopaz me invadir sempre que me refiro à você. a nãopaz é a única coisa que dói nisso tudo... dói porque eu tenho certeza que nem lerás todas essas palavras soltas que te escrevo hoje, sentada nesta cadeira dura a sonhar em ser a tua eleita para as noites frias de maio e tua companheira nas aventuranças por aí, neste mundão bão, meu nãorapaz.

adelaide sente. sente muito.

3 comentários:

  1. É, Pri... Ando sonhando ser a eleita para as noites frias de maio também! rs.

    Amei suas palavras, sempre perfeitas!

    Beijos, querida! s2

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  2. Saudades imensas desse sentimento de nãopaz por um nãorapaz...

    Aproveita Adelaide!
    A qualquer momento vc pode se ver sem esse pirilampo...

    Conselhos da amiga da Adelaide transcritos pela amiga da Priscilla

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  3. pronto, já adicionei nas minhas leituras!
    Agora só me falta tempo pra navegar em você....

    Beijão!!

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