era uma noite fria de luar. sua luz invadia a sala de dormir e trazia um tom prateado ao ambiente. suas mãos sobre as minhas passavam-me a segurança, a clareza e a luz que tanto precisava. elas eram frias e aveludadas, causando-me arrepios e descargas elétricas. estas mesmas mãos possuiam o poder de modelar-me, amassar-me e (re)construir-me ao seu bel prazer. seu corpo tocava ao meu sublimemente; como um violonista toca seu instrumento. suas preces silenciosas inundavam a paz que não era minha. seu suor-seco molhava minhas têmporas, e naquele mesmo instante eu pude perceber que era tua. toda tua. inexoravelmente tua.
a lua congelou-nos. transformou-nos em uma massa só. nunca mais fez frio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário