...

"isso é escrever. tira sangue com as unhas. e não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. você não está com medo dessa entrega? porque dói, dói, dói. é de uma solidão assustadora. a única recompensa é aquilo que laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. essa expressão é fundamental na minha vida."
(caio fernando abreu)

sábado, 8 de maio de 2010

maravilha!

uma breve introdução: fiz esta crítica para postar no blog da minha amiga Clarice Machado (http://pop-corn-filmes.blogspot.com/2010/05/ola-pipoqueiros-estou-um-pouco-enrolada.html) e, como o filme mecheu muito com meus recentes estúpidos gritos, resolvi postar aqui também!


"alice no país das maravilhas" é o retrato fiel da Inglaterra Vitoriana, época de grandes transformações e descobertas; um  período de profundo realismo que se esforçava para dizer toda a verdade, mostrando as doenças morais e físicas como elas eram, porém apontando para um caminho que proporcionava bem-estar e esperança. os romance procuravam achar a verdade e mostrar como ela podia ser utilizada para elevar, espiritual e moralmente, a humanidade.

sou meio suspeita para falar, afinal, sou fã de Carroll! o livro é um dos principais percursores do modernismo, uma obra de incontestável valor! sou muito fã de Tim Burton também, e o que é mais brilhante no filme é a re(construção) de uma nova aventura em um "país das maravilhas" já conhecido anteriormente por todos nós.


ao contrário das tantas críticas negativas que tenho lido à respeito do filme, "alice no pais das maravilhas" só não é bom para quem não abriu o coração para sentir as entrelinhas do filme: personagens cheios de manias  que arrancam gargalhadas do público (como a lebre de março),  personagens com trejeitos loucos e doces , que encantam os expectadores (como o chapeleiro maluco),  personagens com condutas duvidosas (como o gato risonho que, quando aparece, rouba a cena), a crise da adolescência vivida por todos nós (por isso, a grande ênfase em alice não saber quem ela é, ou pelo menos pensar que não é a alice certa) e por fim, as cores (fato este que achei estranhíssimo vindo de Burton).


o filme nos dá lições preciosíssimas, capazes de elevar a humanidade, e isso, Burton cumpriu religiosamente: 
  • ser criança (mesmo que adulto);
  • acreditar em coisas impossíveis (pelo menos "6 antes do café da manhã");
  • vencer gigantes (mesmo que não nos sintamos capazes);
  • abraçar a nossa loucura (mesmo que a achemos "louca" demais);
  • pessoas podem mudar;
  • ser amado é muito melhor que ser temido;
  • o que devemos fazer ninguém fará por nós;
  • acreditar na paz;
  • respeitar os seres vivos;
  • ser corajoso é fundamental (não perca sua moiteza);
  • livre árbitrio (somos responsáveis por nossas escolhas);
  • acreditar/confiar no poder da transformação e, por fim;
  • crescer e descobrir quem realmente somos;
  • que tudo no final dá certo (o bem sempre vence o mal).
      com interpretações incríveis, com esquetes memoráveis, "alice" é um verdadeiro deleite à nossa loucura e imaginação, e posso garantir que, mesmo que não goste da história, sairá do cinema, pelo menos, com muita esperança no coração.

      ps1.: veja em 3D... é incrível!
      ps2.: qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?
      ps3.: estive pensando em coisas que começam com a letra M, como:
      maravilha! sim, uma tremenda maravilha!

      2 comentários:

      1. ps.: eu quero tomar chá com a lebre de março e o chapeleiro maluco! ^^

        ResponderExcluir
      2. postei!
        rsrsrsrsr
        Não sei como faço pra te seguir, mas vou mexer aqui...rsrsrsrs
        bjs

        ResponderExcluir